terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Novo Ford Fiesta





Nomes idênticos nem sempre querem dizer a mesma coisa. Principalmente no mundo dos carros, cada vez mais globalizado. Aqui, o que mais vale é encontrar uma palavra que seja entendida, fácil de pronunciar e ser memorizada em várias línguas. Há sucessos cujos nomes não querem dizer nada, como Corolla ou Twingo. E tem o Fiesta, que em espanhol quer dizer festa – remete para uma idéia de alto astral, que se tornou sinônimo de sucesso na Ford. Desde que a decidiram associá-lo ao mundo dos carros, lá se vão 32 anos e 12 milhões de automóveis vendidos.
O novo é bem diferente do atual Fiesta, mas está definido que ele manterá seu nome na Europa, África do Sul, Austrália. E também nos Estados Unidos, onde será lançado como opção de carro compacto, idéia cada vez mais presente na cabeça do americano. E ele também servirá de modelo para a reestilização do Fiesta brasileiro, em 2012.
O novo é muito mais insinuante. Ele traz uma profusão de contornos e reentrâncias, no capô, nas laterais, na traseira, tudo com o objetivo de dar uma sensação de movimento. É verdade que, apesar do ar de renovação, nem tudo é uma revolução. Os faróis alongados são um dos diferenciais em relação à geração anterior e seguem a tendência inaugurada pelo designer alemão Murat Gunat no Peugeot 206. De lado, ele lembra um cupê, mesmo na versão cinco-portas que avaliamos na França. Na traseira, agradam as lanternas grandes, bem visíveis, sem prejudicar o porta-malas de 295 litros, a maior capacidade da série, até hoje.

O painel, emborrachado, causa boa impressão. Não é o caso de alguns plásticos, entre os muitos que proliferam no seu interior, pintados de prata para simular alumínio. Até o protetor do cárter é feito de plástico. Tudo para o bem da economia, é verdade, mas com risco à imagem depois de algumas centenas de quilômetros pela buraqueira no piso brasileiro.
Quando o assunto é a ergonomia, também há altos e baixos. Ponto para o volante regulável em altura e distância. E para a posição de dirigir, rebaixada em 3 centímetros e que induz a impressão de um cockpit. Mas há a sensação de que poderia haver um pouco mais de espaço e espuma nos assentos. O problema até que é remediável na frente, mas dificilmente cinco adultos encontrarão espaço para viajar com conforto. O console também é bem desenhado e leva vantagem no estilo quando confrontado contra os rivais.
A família de motores é vasta. Começa com 1,2 litro, a diesel e gasolina (60 e 80 cv), e vai até o 1.6 de 118 cv, a gasolina. Cerca de 20 cv mais possante que os atuais 1.6, ele vai, segundo a Ford, de 0 a 100 km/h em 9,9 segundos e atinge 193 km/h. Conduzimos a versão 1.6 diesel de 90 cv, que se mostrou ágil nas retomadas. Com cerca de 40 kg a menos que o antigo Fiesta, compartilha a plataforma com o Mazda 2, marca japonesa que pertence à Ford, o que além de torná-lo melhor ajudou a baixar custos, pois ambos dividem cerca de 50% das peças. Economizou-se na balança trocando aço estampado por compostos plásticos em partes da carroceria, na suspensão mais leve, no motor mais compacto e em ligas de metal mais sofisticadas – entre outros alívios.
Agradou bastante a direção com assistência elétrica variável – uma novidade entre os Ford. Os novos Fiesta têm, em média, retomadas 14% melhores, diz a fábrica. E, além de motores mais desenvolvidos, ajudou o câmbio (no nosso caso, manual de cinco marchas), com engates curtos e precisos. Outra novidade entre os Fiesta são os CVT com seis marchas.

Para um carro que carrega um nome com tanto prestígio, o novo Fiesta pode não ser perfeito. Mas, pela precisão ao dirigir, nível de equipamentos e mais que tudo o estilo, ele é sem dúvida o melhor entre todos os que desfilaram esse nome desde 1976.

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