quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Novo Volkswagen Voyage

Voyage é o Gol com porta-malas. Tem cara de Gol, motores 1.0 e 1.6 de Gol e espaço nterno de Gol. Das 1944 peças que fazem o Voyage, 87% são comuns ao Gol. Graças ao acréscimo na traseira, o carro esticou 33,1 centímetros – diferença menor que os 40 centímetros que essa revista tem, quando está aberta. O Voyage é só isso, um Gol espichado? Só isso. Ou tudo isso.
A maior parte dos elogios que fizemos ao novo Gol se aplica ao Voyage. É um carro simples, mas feito com muito capricho, por gente que ouviu as principais necessidades do público (custo de manutenção e valor de seguro) e fez um esforço consistente para atendê-las.
Os discos de freio com medidor de desgaste apresentados no novo Gol também estão no sedã, assim como o sistema de chave codificada de Lamborghini Gallardo (difícil de clonar) ou os calços de motor feitos de alumínio, para filtrar vibrações. O Voyage é silencioso, sem reações estranhas, e trava comunicação sincera com o motorista – tanto quanto o novo Gol.A diferença de peso não é tão grande. São apenas 35 kg a mais, mas eles ficam depois do eixo traseiro, num efeito gangorra que deslocou o centro de gravidade do carro 3 centímetros para trás emotivou uma leve mudança geral na suspensão.Para o Voyage ter a altura do Gol, quando parado, as molas traseiras ficaram mais duras no estágio inicial. Para as molas mais duras não jogarem o carro para a frente, quando em movimento, os amortecedores traseiros também ficaram mais firmes. Para a traseira mais pesada não rolar tanto nas curvas, a suspensão traseira (por barra de torção) ganhou um reforço na lateral de cada braço. A suspensão reforçada e a carroceria naturalmente mais fechada deram ao Voyage rigidez dinâmica 7% maior que a do Gol. Para compensar a maior firmeza da traseira, a suspensão dianteira tem barra estabilizadora em todas as versões (coisa que o Gol básico não tem).E o sistema de freios ganhou uma válvula equalizadora, para as rodas de trás poderem brecar com mais força quando o porta-malas estiver carregado, sem travar quando a traseira estiver leve.
O trabalho que a equipe de chassi teve para igualar os dois irmãos, a turma de cores e acabamento interno teve para diferenciar. É coisa leve, mas presente. Nos tecidos dos bancos e dos painéis de porta, onde o Gol é cinza-azulado, o Voyage é cinza-avermelhado. A idéia é trazer um futurismo gelado para o hatch e aconchego quente para o sedã. Duas cores de carroceria também são exclusivas: há esse CinzaStone e o Vermelho Apple, menos alaranjado que o Vermelho Radiante do Gol. Há uma discreta elegância no quadro de instrumentos de duas cores e nas costuras caprichadas dos bancos, mas, para evitar briga com o Polo Sedan (que ficará um pouco mais caro), o Voyage completo parece simples. O Gol também parece, mas no sedã isso pesa mais.
E só o sedã tem desembaçador, faróis duplos e porta-malas com abertura elétrica de série. Nos carros sem trava elétrica nas portas, o comando fica num botão no centro do painel. Na versão com chave canivete, basta apertar o botão do controle remoto. A tampa traseira levanta-se sozinha e uma luz interna acende: além de ser prático para quem está com as sacolas do supermercado na mão, confere certa cerimônia à apresentação da atração principal do Voyage.
O porta-malas de 480 litros é coberto de carpete por dentro e por um painel de plástico no verso da tampa (com alça, para o dono fechar sem sujar a mão na carroceria empoeirada). Deixa longe os 285 litros do Gol ou mesmo os 432 do Polo Sedan. Em parte porque o Voyage tem capacidade maior,em parte pelo melhor equilíbrio entre largura, profundidade e altura.Apenas as caixas de roda limitam a boca de comunicação entre porta-malas e cabine, e o banco traseiro é rebatível. No Comfortline ele é bipartido e nos demais isso é opcional. Não é um porta-malas espantoso, como o do Citroën C4 Pallas e seus 580 litros, mas é tão bom quanto o do Fiat Siena (de 500 litros). Estar no nível do principal rival é o mínimo a que o novo Voyage pode se permitir.

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