domingo, 1 de fevereiro de 2009

Citroen C4 Picasso





Externamente, a C4 Picasso é menos surpreendente do que a Xsara Picasso foi quando estreou, no outono de 1998, em Paris. Seu perfil é mais previsível. Mesmo assim, a nova Picasso é bastante inovadora. Ela é maior que a Xsara (32 centímetros no comprimento, 8 na largura e 3 na altura), mas sua carroceria se estreita nas extremidades, fazendo com que ela pareça menor. Repare como o capô é pequeno. Os faróis e as lanternas têm formas angulosas que lembram a fase cubista do Picasso, o pintor. Mas as melhores surpresas estão dentro da cabine da minivan.
O ângulo de visão do motorista, na vertical, é de 70 graus, ou seja, o dobro da amplitude normal de uma minivan. O recurso do pára-brisa que invade o teto proporciona a sensação de estar no cockpit de uma pequena aeronave. O teto solar, por sua vez, ocupa a maior parte da cobertura que resta sobre os passageiros. Segundo a fábrica, ele ocupa uma área de 6,4 m2. Para os lados, as vigias também são enormes - graças aos montantes estreitos. Para os dias claros, o teto solar tem uma proteção e os quebra-sóis são acoplados a cortinas (como as que existem no TGV, o trem-bala francês) que reduzem significativamente a incidência de luz frontal. O motorista dirige em uma posição bem afastada da base do pára-brisa, característica que cobra um tempo para reconhecimento do espaço interno e das dimensões externas da carroceria. Na Xsara, em instantes, eu me sentia vestindo o carro. Mas não demora e a gente também fica à vontade na C4.
Para todo lado que se olhe há alguma novidade na cabine. Compartimentos, por exemplo, são em número de quatro: dois na parte superior do painel, um no centro e um no lugar onde os porta-luvas sempre estão, à frente do passageiro. A alavanca do câmbio fica na coluna da direção.O volante, assim como o do C4 hatch, tem o cubo fixo, mas, como tem diâmetro maior, dá mais liberdade para as mãos do motorista, nas manobras e no acionamento dos comandos localizados no centro, junto com o airbag. O freio de mão é elétrico e tem acionamento e liberação automáticos.


O painel central é um show à parte e reforça aquela sensação de cabine de avião. O visor de cristal líquido é amplo, colorido e cheio de informações como velocímetro, computador de bordo, temperatura e o conta-giros esquecido no projeto da Xsara Picasso. Assim como em alguns tocadores de MP3 e sites de música, o visor pode ter a cor de fundo modificada de acordo com o gosto do motorista. São sete opções para a parte central (azul, índigo, "noite", vermelho, laranja, verde e bege) e cinco nas seções das laterais (prata, branco e três variações de azul).
Como carro familiar, a C4 Picasso também oferece atrações para os outros ocupantes. O ar-condicionado tem controles para o pessoal que viaja na traseira e, na dianteira, comandos nas extremidades do painel para que o passageiro possa ajustar temperatura diferente da do motorista. Os visores, nesse caso, têm fundo na cor laranja. A C4 Picasso tem três fileiras de bancos individuais, com lugar para sete pessoas. Nas costas dos bancos dianteiros há mesinhas dobravéis, como nos aviões, com luz de leitura. Todos os assentos são rebatíveis. E a capacidade do porta-malas de 208 litros (com sete assentos) pode chegar a 1 951 litros (com dois lugares), suficientes para fazer a mudança de um filho quando chega a hora de ele ir morar sozinho.
O motor 2.0 16V de 143 cavalos, que equipa o C4, já é presença confirmada, o que só reforça a necessidade de um câmbio mais esperto para tirar a minivan da inércia, uma vez que ela é mais pesada que o hatch. Segundo a fábrica, a C4 Picasso 2.0 16V igual à avaliada faz de 0 a 100 km/h em 11,5 segundos e atinge 195 km/h de velocidade máxima.


O tempo que passamos com a C4 Picasso serviu para conhecermos melhor esse modelo que representa uma considerável evolução em relação ao "estilo" Xsara, tanto na forma como trata as pessoas a bordo, com mais espaço e conforto, quanto no conteúdo, com os equipamentos que traz. Para os fãs de Picasso, uma nova fase se apresenta.

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