sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Fiat Punto



Lançado na Europa em 2005, o Punto chega para se tornar o mais atualizado compacto em produção no Brasil. Para a Fiat significa um passo adiante em termos de sofisticação. Não constitui, porém, uma nova categoria. Vai apenas disputar com VW Polo e Citroën C3 o segmento convencionado como premium, embora na Europa os três sejam apenas modelos comuns. Coisa de marqueteiros e sua criatividade ilimitada, aqui se cunhou a expressão de que o Punto seria um sporthatch, apesar de só estar disponível na versão de quatro portas.
O Punto chega em quatro versões: 1.4, 1.4 ELX, 1.8 HLX e 1.8 Sporting, com preços entre 37 400 e 51 900 reais. "Vai disputar os compradores de compactos premium e de hatches básicos", afirma o diretor comercial Lélio Ramos. Dentro de casa ele briga com as versões do topo da linha Palio e as básicas do Stilo. A ELX, que você vê nestas páginas, sai por 41600 reais na versão básica, que traz ar-condicionado, direção hidráulica, computador de bordo, faróis de neblina, vidros (dianteiros) e travas elétricos e imobilizador Fiat Code de série. Segundo a Fiat, essa versão deve responder por 60% das vendas do modelo, enquanto a básica ficará com 10% e as outras duas 1.8 terão 15% cada uma.
O estilo é um dos pontos fortes do carro. Tanto que há um pequeno emblema com a assinatura de Giorgetto Giugiaro nas portas traseiras. Entre os toques de mestre do designer italiano destacam-se desenho dos faróis, marcante linha de cintura ascendente, espelhos fixados nas portas e minijanelas junto às colunas dianteiras. O Punto marca, também, a estréia no Brasil do novo logotipo da Fiat – o escudo de fundo vermelho, em substituição ao azul.

A generosa distância entre eixos de 2,51 m (igual à do Idea) ajuda na harmonia do conjunto, mas não se reflete em espaço extra para as pernas no banco traseiro. É que a forte inclinação do pára-brisa obriga a reposicionar para trás os bancos dianteiros. Com 280 litros de capacidade, o porta-malas é 10 litros menor do que o do Palio, mesmo este tendo 20 cm a menos de comprimento total.
Destaque para os comandos de voz do sistema de som e do telefone celular (Bluetooth), desenvolvido em parceria com a Microsoft. É o denominado “Blue&Me”, que permite realizar chamadas, operar o sistema de som – inclusive alternando as pastas de CDs ou pen-drive com arquivos MP3 – e ler mensagens SMS, tudo por comando de voz. Não estranhe se vir alguém na rua falando sozinho dentro do Punto – ou melhor, com o Punto.
A segurança está em plano destacado: o Punto é o primeiro automóvel nacional a dispor de cortinas infláveis e encostos de cabeça dianteiros com efeito antichicote. Além disso, os vidros laterais são laminados nas versões HLX e Sporting. Elogiável a decisão da Fiat de oferecer o conjunto de seis airbags, mais ABS por R$ 2.500,00, contra o preço normal de R$ 5.100,00. É o pacote HSD, que não é oferecido para a versão de entrada, a “1.4”.

Ao volante, o Punto é um autêntico Fiat, no padrão de acabamento, no comportamento e até no cheiro de carro novo que impregna a cabine. No trânsito, sua suspensão é macia como a de um Siena. A direção é rápida, ainda que um pouco pesada nas manobras de estacionamento. E o câmbio do 1.4 foi escalonado com as três primeiras marchas mais curtas, para garantir certa vivacidade nas arrancadas, enquanto as outras duas são longas, para assegurar economia e menor nível de ruído. Aliás, a mesma receita seguida no Palio. No Punto 1.8, como o motor tem mais fôlego, essa diferença de respostas é menos clara - assim como no Stilo.
O desempenho das duas unidades, 1.4 e 1.8, ficou dentro das médias alcançadas por veículos como Palio e Stilo, com motorizações semelhantes, em testes anteriores. Mas era de se esperar alguma melhoria, uma vez que os dois motores passaram por aperfeiçoamentos antes de equiparem o Punto. O dois tiveram as centrais remapeadas e ganharam novos coletores de admissão (com dutos de maior diâmetro). No caso do 1.4, houve ainda a troca dos coletores de escapamento. No lugar do tradicional ferro fundido, entrou uma peça de aço tubular, para facilitar o fluxo e diminuir perdas de carga. Na prática, no motor 1.4, a potência (com álcool) passou de 81 cv a 5 500 rpm para 86 cv a 5750 rpm e o torque se manteve em 12,5 mkgf, mas em regime mais alto. O volume máximo passou a chegar nas 3500 rpm, enquanto no Palio ele vem nas 2250 rpm. Mas, segundo a Fiat, não houve perdas. "A curva de torque ficou mais plana, com força disponível em uma faixa de funcionamento mais ampla", afirma o engenheiro Daniel Basoli. O motor 1.8 ganhou 1 cv, totalizando 115 cv. Essas mudanças não serão incorporadas aos motores de mesma cilindrada de Palio e Stilo, segundo a Fiat.

Frente aos adversários diretos, as duas versões mais em conta do Punto certamente perderão em desempenho, embora se imponha quando receber o motor de maior potência. De qualquer modo se manterá à frente, se os critérios forem presença, conforto e requinte. Vender 3.000 unidades/mês, como prevê a Fiat, é ponto pacífico.

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