sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Ford Fusion



O Fusion tenta parecer pesadão, com pára-choques volumosos, linha de cintura alta, janelas laterais pequenas e lanternas traseiras cromadas. Parte disso é efeito estilístico, parte é tamanho mesmo. A carroceria é 21 centímetros mais longa e 11 centímetros mais larga que o Vectra. Superioridade do lado de fora que se traduz em espaço interno. Os bancos dianteiros ficam mais afastados, com um largo e útil console no meio, onde no Vectra cabe pouco mais que um celular. Atrás, temos mais 9 centímetros para os ombros e 4 para as pernas (nas demais medidas, os dois modelos se equivalem). Os bancos de couro têm uma estilosa costura cinza-claro para combinar com o cromado de grade, faróis e lanternas, mas não se esqueça da filosofia do barbeador: o couro das portas é imitação (de borracha), parte do painel é de plástico duro e o acabamento do relógio analógico não resiste ao olhar mais atento. Tudo somado, o aspecto geral é bom, mais bem-acabado que o Vectra e mais equipado que o Accord (outro mexicano que chega com preço convidativo, a partir de 86190 reais). Fora o teto solar (que custa 4900 reais e rouba bastante espaço da cabeça), tudo é de série: rodas aro 17, ar-condicionado digital, airbags frontais e laterais, computador de bordo (que informa consumo, nível do fluido de freio e bússola) e CD/MP3 player para seis discos. Os comandos do rádio estão no volante, assim como os do piloto automático e os do... ar-condicionado. São oito botões iguais, pequenos e amontoados nos dois lados do volante. É preciso olhar antes de apertar e, por isso, eles perdem o sentido.
Em certas coisas, o Fusion não parece um carro americano - até por ser derivado do Mazda 6, um projeto japonês. O painel não tenta imitar madeira e, mais importante, a suspensão é muito bem calibrada. Atrás, temos multilink. Na frente, o sistema short-long arm (dois braços em "A", de tamanhos diferentes, sobrepostos), receita tradicional também usada no Explorer. Tradicional, mas... surpresa! O Fusion chega a ser mais gostoso de dirigir que o Mondeo, um rei da estrada que é duro demais na rua. O novo modelo amortece os impactos sem anestesiar, não ginga em curvas fechadas nem fica leve em alta velocidade. Os freios são razoáveis e a direção hidráulica tem o peso certo, proporcional à responsabilidade de levar um carro desse tamanho, com família a bordo. Mas vamos aos pecados: a direção poderia ser mais direta e as rodas, virar mais - o diâmetro de giro de 12,2 metros significa tempo perdido em manobras de estacionamento. Para comparar, o Vectra dá meia-volta em 10,9 metros.
O motor é quase conhecido nosso: o Duratec 2.0 usado nos Focus e no EcoSport, com o curso dos pistões aumentado até ele virar 2,3 litros. Tem coletor de admissão de geometria variável mas, como em qualquer carro desse porte (são 1432 quilos), o quatro-cilindros sofre quando é exigido a fundo. O Fusion andou atrás do Vectra 2.4 testado em outubro, abastecido com álcool, e perdeu por pouco quando os dois usam gasolina. Mas o modelo da Ford é mais econômico, tem maior autonomia e é bem mais silencioso. Méritos do isolamento acústico e do câmbio automático de cinco marchas, com quarta e quinta bem longas. Bem que poderia ter uma tecla Sport, no lugar da obscura posição "L", que baixa as marchas e não sobe de volta.

O Fusion tem uma suspensão feito para carros americanos porque a carroceria rola pouco, inclina pouco e, quando faz isso, faz de maneira suave.
A suspensão absorve bem os trancos da rua e não deixa a carroceria flutuar em alta velocidade.
Ao volante balizas e vagas abertas não são o seu forte porque os comandos do console são simples, o contrário das teclas de atalho no volante.
A carroceria com um grande porta-malas e de facio acesso com bom isolamento acústico, estilo que chama atenção e espaço paraos passageiros.
Mas O motor certo para um carro desse porte é o V6. Mas, entre os rivais de quatro cilindros, o Fusion é dos mais rápidos. Ficaria melhor se o câmbio de cinco marchas fosse amigável. Além da posição "Drive", temos apenas a "L". Boa para fazer curvas no limite, ruim no dia-a-dia. Bem o contrário do que este carro familiar precisa.

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